Como estimar o ROI de SEO sem achismos
Seguindo com a série de artigos dedicados à promoção de website escritos por experts em marketing e SEO, esse artigo ensina como estimar o Return Over Investiment (ROI) usando a metodologia Organic Growth Forecast® (OGF) da Hedgehog Digital, que possibilita a criação de um planejamento estratégico com foco nos objetivos de negócio.
Série de artigos baseada na Maratona de E-commerce da SE Ranking, palestra do Felipe Bazon, CSO da agência de SEO Hedgehog Digital. Acesse o link para assistir o vídeo na íntegra: Maratona de Ecommerce do SE Ranking 1º dia
Se ainda não tiver lido os artigos anteriores, o último tema foi Web Core Vitals Para E-commerce, apresentado pelo John “SEO” Martin. Você pode acessá-lo aqui.
O assunto de hoje é um ponto muito importante no projeto de SEO, principalmente para um projeto em etapa inicial, que é: como estimar o ROI, tentar calcular esse crescimento fazendo uma estimativa. Vale pontuar que nem sempre o resultado é um número com precisão exata. Contudo, é possível ter uma boa noção com essa metodologia que a Hedgehog desenvolveu e aperfeiçoou ao longo dos anos.
Trazendo o SEO para as Board Meatings
A primeira coisa – e quem trabalha com vendas em SEO, é consultor ou tem a sua própria agência sabe – é que existe uma série de dúvidas em torno do SEO.
Algumas delas são: será que essa técnica traz resultado? Como medir esse resultado? Quando vou saber qual o impacto gerado? Quando terei o retorno financeiro deste investimento?
Então, ao estimar o Return Over Investment do cliente, com a técnica exposta a seguir, a gente traz uma dose a mais de profissionalismo para o SEO, falando a linguagem dos CMOs, dos C-Levels, dos diretores e gerentes de marketing. O que ajuda a acabar com esse estigma de que o SEO se resume a codificar e “enganar o algoritmo do Google”, e abre, pouco a pouco, espaço para o assunto nas importantes reuniões dos conselhos de administração das empresas.
SEO: Como era antes e como é agora
“Nosso site não aparece no Google, precisamos de SEO.”
Por volta do ano de 2010, quando as empresas chegavam na conclusão que precisavam do SEO, a equipe de TI que tomava a frente desse processo. Eram os gerentes de tecnologia que realizavam reuniões com especialistas em SEO, porque a visão era voltada apenas para os algoritmos do Google e o desenvolvimento do site.
Agora a situação mudou. Desde alguns anos até hoje, em 2021, quem passou a lidar com os especialistas em SEO é a própria equipe de Marketing. São os diretores de marketing, como C-Levels, CMOs e CTOs, que passam a gerir a busca por agências de SEO quando necessário.
“Senhora Diretora de Marketing, precisamos de uma agência de SEO para ontem!”
Devido a essa mudança de paradigma, o primeiro passo para integrar o SEO às estratégias
globais de marketing é a falar a língua dos C-Levels. E isso fica claro quando vemos a disparidade entre o orçamento que esses diretores aprovam para gastos das equipes de mídia em Google Ads – de milhares de euros, por exemplo, e o budget que estão dispostos a oferecer para uma campanha de SEO.
Pois é, o pessoal de mídias sociais já aprendeu a falar a língua que eles entendem, e está na hora da gente aprender também. Nesse sentido, posso dizer o que eu vou compartilhar com você aqui hoje vem dando certo!
Plano de mensuração e marketing
“The root cause of failure in most digital marketing campaigns in not the lack of crativity in the banner ad or TV spot or the sexiness of the website. It is not even (often) the people involved. It is quite simply the lack of structured thinking about what the real purpose of the campaign is and a lack of an objective set of measures with which to identify sucess of failure.”
– Avinash Kaushik
Durante os meus estudos, eu me deparei com o Avinash Kaushik. Ele é “o cara” do Google Analytics, Google Fellow, e autor do web analytics 2.0. Para quem não conhece o Avinash Kaushik, vale a pena dar um Google no nome dele e conhecer o seu conteúdo, a sua contribuição em termos de métricas web e de inteligência artificial aplicada ao marketing.
Ele tem essa frase que diz que o principal problema das campanhas de marketing atualmente não é o anúncio, não é o banner, não são as pessoas envolvidas, nem o quão sexy o seu site é. E sim a falta de um pensamento estruturado, de um objetivo e de uma forma de medir isso corretamente.
A partir daí ele criou um plano, que a gente vai falar na primeira metodologia que eu vou compartilhar com vocês, o plano de mensuração e marketing.
O que é?
O plano de mensuração e marketing, em inglês: marketing and measurement plan, é um plano de métricas que tem como finalidade organizar o pensamento, ou estruturar uma estratégia de marketing, a partir dos objetivos de negócio de uma empresa. Mais a frente vamos aprender como traçar esse planejamento com o foco em SEO.
Pontos focais
O marketing and measurement plan é dividido em três pontos focais.
- O primeiro é a aquisição.
Ela diz respeito ao tráfego que vai ser gerado para o site da empresa e por onde que ele virá.
- O segundo ponto é o comportamento.
Ou seja, como está se comportando aquele tráfego do usuário que trouxemos ao site, quais páginas acessa, quais produtos procura, etc.
- O terceiro ponto é a conversão A.K.A. ação.
Trata-se do que se espera que esses consumidores façam dentro do site da empresa.
Então, pensamos em: atrair, monitorar o comportamento, e levar o consumidor à tomada de ação.
Assim, podemos organizar tudo isso em cinco passos – que é como se constrói o Plano de Mensuração e Marketing.
Os 5 passos do processo
- Defina o objetivo do negócio.
Então, pense nisso ao criar um planejamento de SEO para os seus projetos e clientes, colete essa informação de qual que é o objetivo de negócio.
Mas atenção, tente fugir daquela resposta: “quero ser o primeiro lugar de posicionamento no Google”, porque não é isso que queremos vender. A gente não quer vender posicionamento, queremos ajudar a empresa a atingir o seu objetivo de negócio com SEO, e claro que os resultados de posicionamento virão acompanhando esse processo.
- Defina uma meta agressiva
Para isso, é necessário definir uma meta agressiva. Ou seja, o que vai ser feito? Dobrar o tráfego, dobrar as vendas, melhorar o posicionamento, conquistar as primeiras posições…
A meta é diferente do objetivo do negócio. Então, a nossa meta do SEO vai, sim, ser chegar às primeiras posições, porque sem um bom posicionamento não existe tráfico. Consequentemente não existem visitas, conversões, etc.
- Defina os KPIs – Key Performance Indicators
Definida a meta, o próximo passo é definir como isso tudo vai ser mensurado, os KPIs – indicadores de desempenho.
- Defina metas para cada KPI
Para cada KPI também é necessário definir uma meta. Ou seja, qual é a posição que se espera atingir para determinada palavra-chave, qual o volume de tráfego, para quantas palavras pretende-se rankear, quantos links vamos conquistar.
Com isso, temos: um indicador para cada um dos KPIs que, por sua vez, são esses indicadores que vão ajudar atingir a meta do projeto de SEO, que tem a missão de levar o cliente a atingir o objetivo de negócio.
- Defina a segmentação
Por último, a segmentação se trata de quais os canais de tráfego que serão utilizados para gerar as visitas ao site da empresa – que vão gerar as conversões, ajudando a atingir o objetivo de negócio.
O plano de mensuração e marketing by Avinash Kaushik
Este é o template clássico do marketing and measurement plan como concebido pelo Avinash Kaushik. No seu plano modelo de mensuração e marketing temos:
- O objetivo do negócio: Global World Domination Inc. (“Dominar o mundo”).
- A meta: gerar reconhecimento, com o website, criar Leads, participar de eventos, entre outros.
- Os KPIs: Os indicadores de desempenho dessas metas e os seus targets – as “metas” dos próprios KPIs. Ou seja, 7 mil visitas por mês, 45 vendas, 50% de visitas repetidas, e por ai vai.
Esse ponto do plano de mensuração é muito importante por estar diretamente relacionado com a estimativa do ROI – Return Over Investiment – de SEO. Os KPIs são usados para estimar o tráfego e calcular a previsão de crescimento, em termos de taxa de conversão, melhora de posicionamento, aumento de visitas, vendas e receita. E é com base nessa estimativa que trabalha a nossa projeção de crescimento orgânico, o Organic Growth Forecast®.
- A segmentação: por último, seriam os canais que vão ser utilizados.
Porém, temos que pensar nessa estratégia voltada para SEO. Então, como se aplicaria isso ao Search engine optimization?
Aplicando o plano de mensuração e marketing ao SEO
Como aqui nosso enfoque é SEO, vale adaptar um pouco o marketing and measurement plan, chegando nesse plano a seguir.
O primeiro passo continua sendo definir o objetivo de negócio com o cliente. Exemplo: “quero ser o maior E-commerce de moda do Brasil”, “quero ser o melhor SEO de Portugal”, por aí vai – lembrando que meta de rankeamento não é objetivo de negócio!
Em segundo lugar, definir as estratégias. Aqui, então, deixamos de falar em “metas” e passamos a pensar quais as estratégias de SEO que vão ajudar a atingir os objetivos de negócio do cliente.
Depois, definir os key performance indicators (KPIs) dessas estratégias. O que é esperado em termos de resultado para cada uma delas.
Também, definir as táticas – sempre tendo em mente que há uma grande diferença entre estratégias e táticas. As “estratégia” se refere ao que vai sendo planejado, teorizado. As “táticas” se referem ao momento de “pôr a mão na massa”, fazendo o plano acontecer de fato.
Por último, definir as métricas, como mensurar tudo isso. Outra diferenciação importante que já fizemos é entre KPI e métricas. “KPI” é o indicador de desempenho, “métricas” são ferramentas que nos ajudam a atingir esse KPI.
The Marketing & Measurement SEO Plan
Então amarrando o assunto de uma maneira bem estruturada, vamos usar o exemplo de uma campanha de SEO cujo objetivo de negócio é converter-se no maior E-commerce de moda do país.
E como o SEO Pode ajudar com isso?
- Estratégias:
A primeira coisa vai ser otimizar a plataforma do site do e-commerce. Também, melhorar a visibilidade orgânica de palavras-chave não relacionadas com a marca e aprimorar a popularidade e a autoridade.
- KPIs: O que vamos reportar em cada estratégia?
Na primeira estratégia, da performance da plataforma, os índices serão o número de páginas indexadas e o tempo de carregamento. Na segunda estratégia, os índices para melhorar a visibilidade são o posicionamento médio e o tráfego orgânico proveniente dessa melhora de posicionamento. Por fim, quanto à autoridade e popularidade, serão os backlinks e o tráfego de referência.
Apesar de não ser comum, é importante ter em vista a probabilidade que os nossos links têm de gerar tráfego de referência em outros sites quando se trabalha com link building. Foi assim que nasceu o link biulding, foi uma das métricas que o Google usou para incorporar esses dados ao algoritmo.
Quanto ao Domain Rating e Domain Authority, são ferramentas criadas pelas plataformas que nos ajudam a ter noção em relação à qualidade de um site e à dificuldade de uma palavra em rankear. Porém não são métricas do Google Analytics, ele não as utiliza. Resgatando o Avinash Kaushik, essas seriam definidas por ele como as “métricas de vaidade”. O que importa mesmo, para SEO, são as métricas de negócio – o tráfego, as conversões, visitas e etc – que realmente geram esse impacto.
- Táticas:
Quanto às primeiras duas estratégias, temos: Sitemap.XML, comprimir imagens para partir o carregamento, análise do log do servidor, comprimir o HTML, corrigir erros de rastreamento, trabalhar o cache do JS e do CSS, entre outros. Para otimização da plataforma.
E pesquisa de palavras-chave, otimização básica e avançada, e otimização do conteúdo (textos, imagens, títulos, metas, etc.). Para visibilidade orgânica das palavras-chave.
Agora, vamos resgatar a ideia inicial: os termos técnicos não nos interessam tanto uma vez que nosso objetivo aqui é vender a ideia falando a lingua dos C-Levels. Estão lembrados?
Então, na Hedgehoge Digital, trabalhamos de uma maneira diferente com o link biulding. Saindo da lógica de guest blogging, e troca de links. Nosso foco não está nesse tipo de ação, e sim em mostrar um serviço mais profissional para as empresas, na conversa com os C-Levels, mirando nos “big budgets” – os orçamentos milionários.
Portanto, o mais importante a se focar nas táticas é falar mais de marca, pensando em Digital PR. As táticas aqui são: campanhas criativas, conteúdo 10x, e destaque para o outreach. Assim, vocês estarão criando campanhas que vão gerar links de maneira exponencial.
O Planejamento Estratégico de SEO
Portanto, com esse enfoque na linguagem da marca, temos essa nova versão do planejamento estratégico que modifica um pouco a forma que estão postas as estratégias – que nesse caso já englobam Google Page experience, os KPIs e as táticas. E adicionando também à tabela a última linha, das métricas.
Então, observem que tentamos fugir ao máximo das terminologias de SEO, na medida do possível. Com isso, você, como agência de SEO, evita termos como “Crawl budget optimization”, “heading tags”, e outros que nós estamos acostumados. E escolhe falar uma linguagem simples, uma línguagem de negócios: “vamos otimizar as suas páginas e trazer mais leads”, “vamos melhorar o engajamento”, “as métricas serão essas…”.
Os C-Levels entendem muito bem a linguagem dos números
Falamos de linguagem de negócios, de métricas em números, por isso. Os C-Levels entende muito bem a linguagem dos números e é nesse sentido que desenvolvemos essa metodologia.
Muitas vezes, ao chegar em reuniões, algumas das coisas que escutamos com frequência é: “quando eu vou ver um retorno sobre o meu investimento?” ou “mas você quer que eu invista tudo isso, qual é a estimativa de retorno?”. E a resposta intuitiva é que não tem como estimar o crescimento, mas sem essa estimativa o SEO pode acabar perdendo negócios importantes.
Pensando nisso, para proporcionar essa possibilidade de calcular uma estimativa, nós da Hedgehog criamos o Organic Growth Forecast®, essa metodologia que utiliza algumas métricas para projetar o retorno sobre o investimento dos projetos de SEO.
Organic Growth Forecast ®
“Organic Growth Forecast®: uma metodologia desenvolvida para projetar o crescimento, tráfego, receita e retorno sobre investimento de projetos de SEO.”
– Felipe Bazon
Step-by-step
Vamos começar com um passo a passo bem simples e fácil de coletar.
- Defina um grupo de 100 palavras-chave. Determine o volume de busca e o posicionamento médio de cada um desses termos.
A quantidade de palavras não precisa ser exatamente 100, pode-se trabalhar com 50, 200, 300, o que se encaixar melhor na campanha. O importante mesmo é determinar o volume de busca e o posicionamento médio de cada um desses termos, usando a ferramenta da SE Ranking, por exemplo.
- Some os volumes de busca e determine a posição média das 100 palavras-chave.
Realizando esse procedimento, você terá algo como mostrado no exemplo acima no final da planilha. Nesse caso, a somatória de todos esses volumes de busca é de 210 mil. O posicionamento atual para essas 100 palavras desse meu cliente, ou prospect, é de 17 – ou seja, um resultado de segunda página, o que não deixa de ser um bom resultado para um projeto na sua fase inicial.
- Colete a taxa de conversão do comércio eletrônico e o ticket médio. Dica: utilize um período de 12 meses para eliminar sazonalidades.
Sabemos que, no e-commerce, a sazonalidade é uma caraterística muito forte. Temos Black Friday, dia das mães, dia dos pais e outras datas comemorativas. Nessas datas, a conversão do comércio eletrônico sobe, assim como o ticket médio, gerando os picos. Nesse sentido que vem a dica, quando escolhemos olhar para um ano de dados, eles se normalizam, gerando uma análise uniforme e mais fiel à realidade. Taxa de conversão e ticket médio coletados, é hora de ir para o 4º passo.
- Determine o CTR médio para cada posição utilizando o CTR Study da AWR.
Para determinar o CTR médio – taxa média de cliques, a ferramenta CTR Study da AWR tem uma precisão incrível. Essa ferramenta da Advanced Web Ranking monitora em torno de 400 mil palavras e 40 mil domínios diferente, em mais colocar em vários países. Assim, eles conseguem determinar qual a taxa de cliques da primeira à vigésima poção, ou seja, o CTR de cada uma das posições nas duas primeiras páginas. A análise pode, inclusive, ser feita por categorias, como sport, business, real estate, home & garden, entre outras.
Então, no nosso exemplo do E-commerce de moda, a estimativa de cliques na categoria “sports & fitness” é de 24%, e “apparel”, 16%. Isso quer dizer que para uma palavra-chave que tem 100 mil buscas por mês, se conseguirmos chegar na primeira posição a estimativa de CTR deve ser de mais ou menos 24 mil cliques por mês.
Você pode clicar aqui para acessar esse estudo: https://www.advancedwebranking.com/ctrstudy/. Selecione a categoria mais parecida com o seu negócio, ou o negócio do seu cliente, e gere a curva.
- Preencha a planilha e projete o crescimento
Já definimos o total de palavras-chave, 100 palavras, o total de tráfego e o posicionamento médio, além da curva que geramos da taxa média de cliques. Com o tráfego total das palavras, o quinto passo é gerar a planilha.
Para aquelas palavras do exemplo, “hidratante para o rosto”, “produto para o rosto”, ou até “creme anti idade para pele oleosa 30 anos”, estamos falando de um tráfego exato, de head tail, pois são termos de uma categoria muito específica. Contudo, nunca se pode descartar o long tail – as variáveis em torno daquelas palavras. Pois, pensem bem: uma vez que o SEO otimizar a busca pelas palavras-chave, os termos aproximados vão rankear também. Eles fazem parte dessa equação!
Então, por via de regra, adicionamos na planilha o long tail como sendo metade do potencial de tráfego dos termos principais. Dessa forma, englobamos o potencial dos termos de ‘cauda longa’ também, gerando uma estimativa normalizada.
5.1 Resultados orgânicos X Resultados de pesquisa pagos
Uma questão importante ao preencher a tabela é pensar no nosso ‘arqui-inimigo’ do SEO, os resultados de pesquisa pagos promovidos pelo Google Ads. Eles sempre ocupam as primeiríssimas posições, e não podemos deixar de considerá-los na nossa conta.
Os principais estudos de click rate desse tipo “pago versus orgânico”, inclusive o nosso estudo sobre o comportamento de pesquisa dos brasileiros, mostram que em média 70% dos usuários ainda prefere os resultados orgânicos, e os 30% restantes optam por clicar no resultado pago.
Tendo isso em vista, devemos aplicar o desconto do click rate de 70/30 – multiplicar o potencial de tráfego vezes 0.70.
Na prática, teremos o seguinte: na tabela do nosso exemplo de E-commerce de moda, somando os dois tráfegos, temos um potencial de 315 mil visitas. Então, devemos tirar os 30% correspondente aos usuários que clicam nos resultados pagos. Isso nos dá a estimativa total de tráfego de 220 mil visitas para esse grupo de palavras.
5.2 Analisando os KPIs da planilha do exemplo “E-commerce de moda”
- Primeiros 3 meses:
A posição média era de 17, a nossa estimativa é melhorar o posicionamento médio para a posição 10 dentro desses 3 meses iniciais. A estimativa de CTR da décima posição para esse seguimento é de 1.5%. Então, a nossa projeção de crescimento de tráfego, nesse cenário, é de 1,5% de 220 mil, ou seja, 3300 visitas. A uma taxa de conversão 0.33%, a nossa estimativa é de gerar 11 novas vendas. Com o ticket médio de 400 reias, nesses três meses estamos olhando para um potencial de receita de quase 4.400,00 reais. Logo: aumentar esse potencial de tráfego em 3300 visitas geraria quase 4.400,00 reais em potencial de receita.
- Primeiros 6 meses:
Nese prazo maior, de 6 meses, vamos considerar uma melhora no posicionamento médio da décima para a oitava posição. Para esse seguimento, a taxa média de cliques (CTR) para a oitava posição é de 3%. Com isso, temos a projeção de crescimento de tráfego sendo 3% das 220mil visitas, resultando em 5500 visitas. Com a mesma taxa de conversão, 0.33%, estamos falando de 18 vendas a mais. Considerando os 400 reais de ticket médio, o retorno estimado é de quase 7.300,00 reias.
No projeto de SEO, A intenção é fazer um trabalho de melhoria exponencial, que vai refletindo no retorno financeiro. Devemos fazer a estimativa, agregando esses dados, pensamos em 12 meses.
E com isso entramos no sexto e último passo, conseguir estimar o ROI.
6. Agregue os dados e estime o ROI de SEO.
Por fim, você tem a estimativa pronta do return over investment do seu clientre. Esses dados esquematizados servem não só como estrutura da programação para o seu projeto, mas também ajudam a diminuir a ansiedade por resultados desse seu cliente. Nesse sentido, ele é um material chave para que você trabalhe com tranquilidade e alinhe as expectativas com o seu cliente desde o primeiro dia. Como consequência disso, o projeto de SEO como um todo ganha em qualidade e eficiência.
Então, voltando ao exemplo, nos primeiros 6 meses temos um retorno sobre investimento muito baixo, de pouco mais de 1.0, mas conforme vamos melhorando o posicionamento das palavras-chave e trazendo mais tráfego, geramos mais vendas. Essas vendas são acumulativas, porque o tráfego de cada mês soma com o do mês anterior – podemos pensar nos ‘juros compostos’ como sistema com a mesma lógica, para concretizar essa ideia. Logo, a nossa expectativa em relação ao ROI é de começar a ver retorno a partir do sexto mês.
Nesse caso, então, o cliente investiu 36 mil reais durante os 12 meses, e teve um retorno de 97 mil reais de renda nesse período, gerando um ROI de 2.71. Contudo, observe que, entre o nono e o décimo segundo mês, o ROI salta de 2.91 para 6.15 – e é aqui que a gente ganha o cliente.
Ao contrário do Google Ads, por exemplo, no SEO o investimento da empresa é linear, enquanto o crescimento é exponencial. Se continuarmos o trabalho nesse exemplo do e-commerce de moda para além dos 12 meses, os resultados ganham tração e vão se somando exponencialmente.
Então, a empresa investe aqueles mesmos 9 mil reais mensais, a não ser que queiram aumentar a quantidade de links, de artigos publicados no blog ou o número de páginas otimizados, nesses casos o valor investido aumenta proporcionalmente. Mas já nas ferramentas de divulgação do Google, o valor tende a subir periodicamente. Há aumento do CPC marketing term, do valor do Bid, e das taxas no geral.
Para quem quiser fazer o download dessa tabela, deixo disponibilizado, aqui, o link
Conteúdo Bônus: Workflow & Project Schedule
Finalizando o material, temos um conteúdo bônus. Um Workflow, ou organograma, útil para ser seguido em projetos de SEO.
SEO Workflow
Nenhum projeto é igual, não existe fórmula mágica para SEO. Mas existem projeções e metodologias úteis de se aplicar ao projeto.
Todo projeto, na Hedghog, começa pela auditoria. Fazer essa inspeção no site, no negócio, no mercado e nos concorrentes, é o primeiro paço para saber o que precisa ser feito objetivamente.
No site, seja ele codificado em PHP, HTML ou Angular, analisamos en que nível ele está antes do projeto de SEO. Como o Google está rastreando e acessando, e quais são os termos para os quais ele aparece como resultado de busca.
Essa auditoria dará origem ao planejamento estratégico e tático, só então chegando à execução.
A ferramenta ‘auditor de sites’ da SE Ranking é ótima para obter o molde do que precisa ser feito, te permitindo ganhar tempo no processo. Mas sem esquecer de conduzir as suas análises manuais.
Fazer um SEO voltado à experiência do usuário não é entrar no Lighthouse e ver como está o Core Web Vitals. É importante ‘colocar-se no sapato’ do cliente, navegar, ler as informações do site, analisar utilizando as ferramentas como um complemento das suas análises.
Project Schedule
Faça o cronograma, procure organizar os períodos que vão ser feitas essas entregas, o conteúdo que estará contido em cada uma, e quais os possíveis resultados de cada processo, trazendo essa informação de forma clara para o cliente. Por exemplo: “nos primeiros x meses faremos as correções técnicas” ou “a otimização on page se dá com periodicidade mensal”. Assim, tudo fica mais claro. Alinhando as expectativas vocês verão que o projeto tem fluidez muito maior.
Espero que tenham gostado do artigo, e que esse conteúdo traga bons resultados para o trabalho de vocês. Quem quiser curtir meu canal do YouTube, temos várias entrevistas com profissionais do marketing digital brasileiro e mundial: https://www.youtube.com/c/DontPanicItsOrganic
Deixo também minhas redes sociais, “Felipe Bazon” no LinkedIN, e @SeoBazon no Twitter e Instagram. O blog da Hedgehog é: https://br.hedgehogdigital.co.uk/blog/.
“ E lembrem-se… o básico é avançado!”
Felipe Bazon